Abrir as portas ao sonho

... ao maravilhoso... ao subtil... ao inefável encanto dos sons profundos do universo...
... franquear a entrada da verdadeira pátria da nossa alma!

Não, não é do vaguear da imaginação de que se trata, mas sim de uma outra dimensão da realidade. 
O mundo material não é senão a cristalização de um sonho e, se ele desaparecesse, o sonho subsistiria, porque só ele é real - é ele o criador de todas as formas sensíveis.



Hoje, com os desenvolvimentos das ciências e das técnicas, o homem não para de aumentar os seus poderes sobre a matéria, mas longe de esse progresso corresponder à sua felicidade, o homem continua a queixar-se de que não tem o suficiente.

Pois é, se a pessoa não tomar consciência daquilo que verdadeiramente necessita, faltar-lhe-á sempre qualquer coisa! Estará sempre à espera da nova descoberta, da nova invenção capaz de preencher o vazio que sente por dentro.

Aqueles que tem tudo, ainda assim, mostram-se insatisfeitos e infelizes. Porque as necessidades profundas do seu ser não são as do corpo físico, nem mesmo as do seu coração ou do seu intelecto, mas sim as da sua alma e do seu espírito. Ora, estas necessidades só podem ser satisfeitas pelo mundo espiritual.

Só os que tem o hábito de considerar tudo o que é espiritual como irreal, se recusam a reconhecer o lado maravilhoso do mundo real de vida e cor.

A verdadeira explicação para o encantamento que sentimos nos contos de fadas, é que o maravilhoso é uma necessidade da alma humana. É que aquilo a que chamamos irreal é, na verdade, real, ainda mais real do que aquilo que habitualmente consideramos como realidade.



Quando, em certas circunstâncias muito particulares, o subtil, o irreal, irrompem na nossa vida, podemos-nos sentir como uma árvore que, tendo sido arrancada outrora à sua terra e transplantada para outro local, num meio hostil, volta subitamente, à sua floresta natal, onde se poderá de novo enraizar e desenvolver.

Por analogia, aqueles que recusam ter em consideração estas necessidades da sua alma, sentirão sempre, no fundo de si mesmos uma certa insatisfação - uma saudade do seu lugar natal!

Estas regiões do sonho, regiões sublimes de onde vem todas as inspirações, as da música, da poesia, da pintura, da dança...é onde se podem beber as águas puras e sagradas, alimento da alma.


"Esforçai-vos, todos os dias, por abrir conscientemente as portas ao sonho.Será no sonho que encontrareis os elementos indispensáveis para reconstruir a vossa vida e lhe dar um sentido. Sim, só podeis reconstruir o real perecível introduzindo nele elementos do real imperecível. Então o vosso próprio rosto reflectirá algo desse mundo de luz, de beleza e de alegria inalterável. A verdadeira vida é isso." Omraam Aivanhov


Fonte: Omraam Mikhael Aivanhov, Nas fontes inalteráveis da alegria, Publicações Maitreya


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