À procura da Alice - 1ª Carta


(Ler introdução aqui)

Querida Alice 

Não sei onde estás e preciso muito de te encontrar.

Penso que nos desencontramos por uma questão de minutos, mas, como sabes, um minuto faz muita diferença. Pensei então em escrever-te. Pode ser que alguém te leve este postal. Agora sei que não conhecer a tua morada não constitui nenhum obstáculo. Uma carta pode chegar sem correio nem carteiro!

Pois é, mudei! Sabes lá as coisas em que acredito hoje!

Sabes que tudo começou porque caí num buraco quando passeava num jardim. O que se seguiu foi um vai-vem de acontecimentos mágicos…crescer…diminuir… Isto parece-te coincidência? Há quem não acredite nisto, mas eu actualmente tenha vivido cada experiência!

Claro que eu já tinha lido em tempos a tua história e quero dizer-te que a achei sempre fascinante! E o modo como lidaste com toda aquela gente que teimava em não te aceitar… Foste fabulosa!

Olha Alice tens que me ajudar.

Como tu eu visitei (porque lá caí) aquele país maravilha e por lá andei durante algum tempo.

Vim embora atravessando um espelho enorme, dos antigos, que ocupava quase toda a parede duma sala do castelo da rainha. Não foi nada fácil. Para atravessar o espelho eu precisava de bastante confiança e isso era coisa que não tinha e, mesmo hoje, tenho só um bocadinho. Mas consegui!

O país era maravilhoso, mas…verdade, verdadinha, estava um pouco farta de não ter sossego. Trocavam o meu nome, davam-me constantemente ordens e só aconteciam coisas estranhas…

Vim embora mas francamente não sei se fiz bem. Tudo aqui parece estar ao contrário. E isto já dura há dias! Sou eu…não sou eu… Nem sei bem onde estou. Será que o espelho era de boa qualidade? Quando caí naquele imenso buraco parecia tudo diferente. Tu chamaste àquele sítio o “país maravilhoso do sonho sonhado”, mas hoje, estou tão baralhada da cabeça que já não sei se concordo contigo. 


Eu vim do país do sonho sonhado para o país do agora, o país do “tudo na mesma como de costume”. Bem sei que as coisas aqui eram chatas e não lhes achava piada nenhuma, mas agora olho à minha volta e tudo é confuso. Sou eu ou o resto que está de pernas para o ar?

Voltar não sei se foi boa ideia!

Percebes agora a urgência em te encontrar? Tenho que saber como vives a tua vida AGORA. Sinto que só tu podes pôr um pouco de ordem na confusão que é este meu dia a dia.





Há ainda o problema do espelho… o da minha casa, claro. É que ele não reflete a minha imagem! 


Responde rápido.

Beijinhos

2 comentários:

  1. Não sou a Alice...acho eu...ou talvez também tenha um pouquinho dela dentro de mim! O que sei é que aprecio a tua busca e, ainda que a nao possa fazer por ti, dou-te a minha mão para que dela não desistas!

    Aguardo notícias das tuas pesquisas,
    um beijinho,
    Susana (Novais Almeida)

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  2. Estamos em sintonia... que bom!
    Beijinhos

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Os seus comentários são bem-vindos.
Namasté!

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