Há, contudo, muitos processos diferentes como também inúmeras mandalas, mas... só existe um centro!
Do mesmo modo que não existem mandalas certas ou erradas, não há também técnicas certas ou erradas de meditação. Nenhuma discussão a este respeito chegaria a tocar o essencial e seria apenas uma distração para o intelecto.
Cada um, se quiser, deverá buscar a forma que mais lhe convier no momento - já tentou algumas das possibilidades? Pela minha experiência, o tipo de técnica é menos importante que do a regularidade, porque só esta conduz à primeira decisão: ou o intelecto ou nós mesmos.
Na palavra "concentração" há duas chaves que nos ajudam a perceber do que se trata: a "centralização" (processo cujo objetivo é o centro) e "concêntrico" (junto, mutuamente sintonizado). Por exemplo: uma pedra atirada na água produz círculos concêntricos.
A concentração está portanto, duplamente ligada à mandala. Basta que nos tornemos receptivos à mandala e depois a contemplemos para que o processo de concentração comece por si mesmo.
Há mandalas diferentes, e também caminhos diferentes para o centro, mas todos estão unidos pelo príncípio único do centro.
Pensemos no labirinto - nele é necessário procurar o caminho com os sentidos, literalmente falando.
Por outro lado, a maioria das mandalas, e sobretudo os yantras tibetanos, conduzem diretamente ao centro.
ver:
- "Labirinto - um desafio na direção do centro"
- "Yantra - o símbolo do sagrado nas mandalas"
Yantra |
Nesse sentido, cada mantra é naturalmente uma mandala, porque este entra na consciência e ali vibra, de modo semelhante à imagem da pedra atirada à água - as suas ondas concêntricas vão se perdendo, tornando-se ténues, e cada vez menos percetiveis. O único propósito do mantra é orientar na direção do centro.
E assim chegamos ao próximo passo:
A técnica da meditação do mantra, que deve servir de exemplo para a nossa meditação da mandala.
(Para esta prática, comece por se colocar num local calmo, numa posição confortável e escolha o mantra que deseja ouvir.)
Acolha em pensamento o mantra (isto é, pense-o, ouça-o, sinta-o ou, se possível, faça tudo ao mesmo tempo) e observe-o sem esforço, deixando que realmente vibre até o fim, seguindo-o através das diferentes camadas da consciência. Caso o tenha perdido, isto é, se se reencontrar com outros pensamentos, isso também faz parte do processo, mas, depois retorne sem esforço, quase sem intenção ao mantra, e observe-o outra vez: como ele vai mergulhando novamente na consciência, realizando sempre o mesmo ciclo de ir e vir.
O mantra é essencialmente um som, algo como "OM". (ver: "O poder do mantra OM") Pode-se acompanhar da mesma maneira o som de um gongo ou de um sino (todos, alias, pela sua forma, são mandalas!).
E agora a meditação com uma mandala (escolha esta ou outra de que goste)
Assim como a imagem acústica de um som,a imagem visual ajusta-se a uma mandala ou a um yantra, e do mesmo modo, aqui também seguimos simplesmente a impressão deixada pela mandala através dos olhos no nosso interior até a perdermos (quase sempre por distração) e, em seguida, recomeçamos novamente a olhar essa nossa mandala até nos perdermos outra vez nos nossos pensamentos e assim sucessivamente... na esperança de alguma vez atravessar o ponto central..., esta esperança é que nos prende e nos estorva. Ela é necessária no início, mas precisa de ser superada em seguida. Só quando a meditação se desenrola sem qualquer propósito ou exigência e também sem expectativas e esperanças, ou seja, sem qualquer intenção, é que "isso" pode ocorrer.
Boa prática!
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