Então nesse dia, várias conexões se fizeram na minha mente e da palavra "PROTECÇÂO" passei para a palavra "MEDO".
Desde sempre o homem, perante os seus medos construiu barreiras defensivas - MUROS! Eles tinham o nome de "muralhas", "fortes", "castelos"...
Modernamente são as "portas blindadas",os "condomínios fechados"... às vezes "arames farpados"...
Todos temos MEDOS, a diferença está na quantidade!!!
Há MEDOS antigos, muito antigos... e MEDOS modernos.
Há quem acarinhe os seus MEDOS, como animais de estimação, dando-lhes alimento todos os dias.
Há quem lhes feche a porta, negando a sua existência.
Há quem os aceite, percebendo que fazem parte de si e do seu percurso de vida.
Num lado caem MUROS, como o de Berlim e noutro constroem-se novos, como por exemplo o de Israel...
Os MUROS não nascem por acaso, não caiem do céu, qualquer muro TEM de ser construído! Podem ser de matérias diversas, podem ser frágeis ou robustos, podem ser espessos ou finos, altos ou baixos…
A construção de um muro obedece sempre à lógica de delimitar um espaço que se quer resguardado, às vezes até, inviolável!
Há muros e muros… uns com nichos onde a terra se alojou e fez nascer pequenas plantinhas. Há muros cobertos de eras e trepadeiras. Também há muros de arame farpado!
Há muros e muros… uns com nichos onde a terra se alojou e fez nascer pequenas plantinhas. Há muros cobertos de eras e trepadeiras. Também há muros de arame farpado!
E há também o "NOSSO MURO"!
Na linguagem simbólica de tudo o que nos rodeia, podemos encontrar motivos para reflectir. Então, nesse caso, a expressão de cada objecto vai para além da sua realidade física e passa a corresponder ao pensamento, à emoção, à verdade que nos preocupa... à essência universal que constitui o TODO.
Na linguagem simbólica de tudo o que nos rodeia, podemos encontrar motivos para reflectir. Então, nesse caso, a expressão de cada objecto vai para além da sua realidade física e passa a corresponder ao pensamento, à emoção, à verdade que nos preocupa... à essência universal que constitui o TODO.
Pensemos agora no "nosso muro":
Entremos na simbologia dos MUROS para percebermos melhor o NOSSO MURO INTERIOR:
Ou nem
reparamos e… ele apareceu!
Quem o construiu?
Quem o construiu?
Passaram-se
tantos anos desde o seu início…
Como
viver agora sem esta protecção?
Talvez este seja o início...
O nosso muro a começar a crescer...
O muro é baixo. Não temos muito receio dos que estão do lado de fora...
O muro é baixo. Não temos muito receio dos que estão do lado de fora...
Mas mesmo assim, o muro dá-nos segurança,
afirma a nossa existência e individualidade.
afirma a nossa existência e individualidade.
Mas será apenas isso?
O nosso muro é a medida do nosso medo!
Ao fazermos um muro alto, protegemo-nos melhor atrás dele.
Mas proteger de quê? De quem?
Mas proteger de quê? De quem?
Talvez dos outros e do que nos
possam fazer.
Por outro lado...
Por outro lado...
Os outros não podem entrar...
e também não vêem nada para dentro...
O nosso muro é uma protecção ou uma prisão?
e também não vêem nada para dentro...
O nosso muro é uma protecção ou uma prisão?
Já não bastava o muro alto!
Foi necessário colocar lá pontas e agulhas?
Foi necessário colocar lá pontas e agulhas?
E atrás estamos nós deliciosamente
protegidos!
Cuidado!!!
Cuidado!!!
Quem ousar entrar ficará mesmo muito magoado!
Será assim tão grande o nosso medo?
Será assim tão grande o nosso medo?
De uma fenda do muro nasce uma planta |
As brechas podem deixar entrar setas ou… crescer flores.
Uma construção minada pode ruir.
Talvez seja altura de repensar o nosso muro: o "porquê" e o "para quê" desta construção.
Um muro com arame farpado é um aviso –
ponham-se longe!
Este muro irradia agressividade!
Estas farpas entranhar-se-ão na pele de
quem ousar.
O sangue é o castigo!
Quem somos nós para ter um muro destes?
O sangue é o castigo!
Quem somos nós para ter um muro destes?
Atrás deste muro, gozaremos de perfeita
tranquilidade?
O
tempo, as brechas, os abalos… e o nosso muro caiu!
E agora?
E agora?
Saberemos viver sem ele?
Começamos a refletir:
na coragem e na fragilidade de não ter um muro...
e também na reaprendizagem de viver no mundo sem o nosso muro...
Começamos a refletir:
na coragem e na fragilidade de não ter um muro...
e também na reaprendizagem de viver no mundo sem o nosso muro...
E agora?
A vida sem muros ou a vida sem MEDOS
O fascínio do verde das árvores...
das cores das flores...
do canto dos pássaros...
e tudo resto...
Como estávamos esquecidos da luz do sol e do arco-íris!
Como estávamos esquecidos do calor de um abraço...
Nesta metáfora dos MUROS, fui passando de muro em muro e reflecti sobre os "meus" muros construídos ao longo da vida. Reflecti no conforto ilusório que me dava o muro à minha volta e lembrei-me do dia (esse dia nunca o esquecerei!) em que ele ruiu. Não foi por acaso, foi uma acção deliberada e preparada, mas mesmo assim verdadeiramente assustadora!!! À medida que tomava consciência dos meus medos (ou dos meus muros) fui percebendo a necessidade de integrar em mim esses medos e desse modo, destruir "tijolo a tijolo" os muros que criei. Passar da capa protectora para a exposição da nudez é uma experiência avassaladora! Depois é o renascer... é criar um ser novo com uma vida nova...
É muito fácil construir muros! Só uma atenção plena no "aqui e no agora" evitam que ele cresça e robusteça.
Reflictam sobre os vossos MUROS.
A vida sem muros é difícil, mas é rica em alegria, em confiança, em experiências de abraços de amor que são impossíveis sentir por quem se refugia atrás de um muro.
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