A observação deste quadro da pintora Lourdes Castro, parte integrante da exposição no Museu de Serralves, levou-me a reflectir sobre questões relacionadas com a identificação do eu e com o reflexo do mesmo na expressão gráfica.
E o exterior, terá esse espaço algum significado?
Esse campo envolvente foi sempre considerado um espaço "de segunda", pouco nobre, profano, já que o "sagrado" estava no Centro e consequentemente deveríamos para lá "obrigatoriamente" remeter sempre o nosso olhar e o nosso querer.
Mas esta imagem puxa-nos para o exterior do círculo e o espaço central em branco confunde-nos e questiona-nos - haverá beleza para além desta fronteira circular? Qual o significado deste "dentro e fora"?
E se esta imagem fosse uma mandala? E se alguém a desenhou, recusando preencher o centro com formas e cores... e dedicou toda a sua atenção ao espaço periférico? O que a levou a essa opção? Que estados de alma a fizeram galgar essa linha, esse muro pensado inexpugnável e atrever-se a manifestar-se num espaço que não era seu?
Algumas considerações relevante para este estudo:
Plotino faz referencia sobre as Mandalas com a citação:" Deus é uma esfera (ou círculo) espiritual cujo centro está em toda a parte e cuja periferia não está em lugar nenhum". Assim como Plotino, vários filósofos naturais achavam que a divindade era o começo, o meio e o fim.
Para os autores Chandra e Kuman, a Mandala é um símbolo da experiência humana e corresponde a uma ponte do material para o espiritual e consiste de duas partes, uma externa que é a periferia e o centro que é a perfeição.
Para Jung, as Mandalas são representações do centro da personalidade por meio de uma figura geométrica e representada por um círculo ou um quadrado. esses símbolos estão vinculados aos aspectos pessoais do Self.
A questão da dualidade - do dentro e fora, na construção de uma Mandala, coloca-nos perante a construção e aceitação do nosso Eu. Tomando como referência a linha circular que delimita uma Mandala e que segundo vários autores define a fronteira da expressão da personalidade do sujeito, então todo o desenho realizado no exterior dessa linha poderá significar que o sujeito se posiciona fora de si mesmo, abafando ou até negando a parte intrínseca de si mesmo.
Na nossa vida, mil e uma Mandalas são desenhadas em cada instante... elas não se vêem, mas constantemente nos interrogam e nos obrigam a fazer escolhas...
Embora "o lado de fora" da nossa Mandala pessoal possa parecer apelativo e por vezes, até fascinante, teremos de perceber que sempre que "saímos", saltando essa fronteira, esse círculo indelével, estamos a colocar-nos nos terrenos ilusórios do Ego.
Ao traçarmos o circulo mandálico, impomos a nós próprios que pertencemos, por vontade própria, a esse espaço sagrado e que é dessa linha periférica que partiremos em direcção ao grande Centro. Nessa demanda do nosso Graal, muitos são os perigos e obstáculos, mas existe sempre a certeza de que cumpriremos a nossa missão - é só e apenas uma questão de tempo!
Trata-se então da vivência do real e do ilusório e da consciência dessa diferença.
À medida que reflectia nas ambivalências e contradições da nossa vontade, deste querer "estar dentro", porque a nossa alma anseia a luz que o Centro emana e ao mesmo tempo o gosto pelo conforto de "estar fora", senti que passamos a vida a desenhar cirunferências, maiores ou menores, apenas para satisfazer a pseudo-identidade do nosso ego.
Mas o nosso ego tem muitos truques...
Outra forma de subvertermos as regras "mandálicas" que mais não são do que as regras da progressão do nosso caminho de vida, é ignorarmos definitivamente as questões do "dentro e fora" e apagarmos qualquer linha que nos limite. Assim, numa pseudo-liberdade viveremos a alegria da ilusão num reflexo tosco da nossa identidade!!!
Algumas considerações relevante para este estudo:
Plotino faz referencia sobre as Mandalas com a citação:" Deus é uma esfera (ou círculo) espiritual cujo centro está em toda a parte e cuja periferia não está em lugar nenhum". Assim como Plotino, vários filósofos naturais achavam que a divindade era o começo, o meio e o fim.
Para os autores Chandra e Kuman, a Mandala é um símbolo da experiência humana e corresponde a uma ponte do material para o espiritual e consiste de duas partes, uma externa que é a periferia e o centro que é a perfeição.
Para Jung, as Mandalas são representações do centro da personalidade por meio de uma figura geométrica e representada por um círculo ou um quadrado. esses símbolos estão vinculados aos aspectos pessoais do Self.
A questão da dualidade - do dentro e fora, na construção de uma Mandala, coloca-nos perante a construção e aceitação do nosso Eu. Tomando como referência a linha circular que delimita uma Mandala e que segundo vários autores define a fronteira da expressão da personalidade do sujeito, então todo o desenho realizado no exterior dessa linha poderá significar que o sujeito se posiciona fora de si mesmo, abafando ou até negando a parte intrínseca de si mesmo.
Na nossa vida, mil e uma Mandalas são desenhadas em cada instante... elas não se vêem, mas constantemente nos interrogam e nos obrigam a fazer escolhas...
Embora "o lado de fora" da nossa Mandala pessoal possa parecer apelativo e por vezes, até fascinante, teremos de perceber que sempre que "saímos", saltando essa fronteira, esse círculo indelével, estamos a colocar-nos nos terrenos ilusórios do Ego.
Ao traçarmos o circulo mandálico, impomos a nós próprios que pertencemos, por vontade própria, a esse espaço sagrado e que é dessa linha periférica que partiremos em direcção ao grande Centro. Nessa demanda do nosso Graal, muitos são os perigos e obstáculos, mas existe sempre a certeza de que cumpriremos a nossa missão - é só e apenas uma questão de tempo!
Trata-se então da vivência do real e do ilusório e da consciência dessa diferença.
À medida que reflectia nas ambivalências e contradições da nossa vontade, deste querer "estar dentro", porque a nossa alma anseia a luz que o Centro emana e ao mesmo tempo o gosto pelo conforto de "estar fora", senti que passamos a vida a desenhar cirunferências, maiores ou menores, apenas para satisfazer a pseudo-identidade do nosso ego.
Mas o nosso ego tem muitos truques...
Outra forma de subvertermos as regras "mandálicas" que mais não são do que as regras da progressão do nosso caminho de vida, é ignorarmos definitivamente as questões do "dentro e fora" e apagarmos qualquer linha que nos limite. Assim, numa pseudo-liberdade viveremos a alegria da ilusão num reflexo tosco da nossa identidade!!!
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